Mãe, como eu poderia te agradecer pelas noites mal dormidas? Comidas frias? Banhos não tomados? Cabelo desgrenhado? Roupa suja de leite? Noites em claros? Se eu ainda nem, sequer, falo. As vezes me esforço para expressar o tamanho do meu carinho por ti, mas ainda estou aprendendo a sorrir.Te conheço por dentro, mamãe, e sei (apenas pelo tom da sua voz) quando estas prestes a desmoronar. As vezes, eu choro só por te ver chorar! Na agonia do teu sono, sinto muito porque não quero te largar. Você está com pressa para descansar e eu não consigo te ver partir, por mais perto que estejas daqui. Tem paciência comigo, mamãe. Eu não queria te ver sofrer, mas não quero te perder. Passei nove meses grudadinho em você, agora eu acredito que sou um pedacinho de você.Mas quando acordas sorrindo e me tiras do berço, sinto crescer em mim uma vontade ainda maior de te agradecer. Porque só tu mãe, seria capaz de ceder o teu corpo para que eu pudesse nascer; ceder teus seios para que eu pudesse crescer; ceder tua vida para que eu pudesse viver.O teu amor me constrange, me alimenta, me traz a paz. Você vive dizendo para todo mundo que eu mudei a sua vida, dei sentido aos seus dias, transformei o amor em incondicional, mas eu ainda não sei te dizer que lá no fundo também sinto tudo isso por você. Como não amar quem se deu por mim? Como não amar quem me ama tanto assim? Um dia, muito em breve, vou aprender a sorrir, falar, abraçar… Tudo isso, para te dizer o quanto eu amo você.
Thais Thomazzoni